quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Saiba por que o mesmo produto é mais caro no Brasil que no exterior

Um levantamento comparou os preços dos mesmos produtos no Brasil e em outros países. O resultado: aqui se paga sempre mais caro.

Para economizar, a primeira regra é pesquisar os preços. O problema é quando não dá para comprar fora do país.

Para quem gosta de jogos eletrônicos, um dos sonhos de consumo é o Playstation 3, que não é barato. O videogame custa em uma loja R$ 1.400. O mesmo Playstation 3, nos Estados Unidos, onde é muito procurado por turistas brasileiros custa US$ 299 mais US$ 27 de imposto.

Ao todo, saí pelo equivalente a R$ 571, praticamente um terço do preço encontrado no Brasil. Em Buenos Aires, o sonho de consumo de crianças e jovens argentinos custa, já incluídos os impostos, 2.699 pesos, o equivalente a R$ 1.261.

Mas videogames não são os únicos com uma grande diferença de valor. Um dos perfumes mais vendidos no mundo, francês, custa no Brasil até R$ 355. Nos Estados Unidos e na Argentina, ele sai pela metade do valor

Um levantamento do Instituto de Planejamento Tributário compara o preço do mesmo produto em países diferentes. A conclusão é que o consumidor brasileiro paga sempre mais caro.

Notebooks idênticos custam o equivalente a R$ 1.200 nos Estados Unidos e R$ 1.800 na Argentina. No Brasil, R$ 2.500, quase um quarto deste valor é imposto. A diferença também é grande no MP3 player e nele o peso do imposto é ainda maior.

Uma geladeira, que custa pouco mais de R$ 900 na Argentina e Estados Unidos, no Brasil sai por R$ 1.600. Até em uma simples camisa, a carga tributária eleva o preço: é quase o dobro.

"Claro que não é apenas a tributação que justifica, mas no Brasil a gente tem um alto custo para produção, mesmo quando a gente vê produtos fabricados aqui. Eles têm um alto custo de produção, isso em termos de mão-de-obra e em termos de matéria-prima também", afirma a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Letícia do Amaral.

A especialista diz que a solução é uma redução gradual dos impostos para não provocar um forte impacto na economia.

"É que o governo poderia continuar arrecadando, mas com uma redução da carga tributária efetiva sobre cada produto. Então, ele diminui o preço dos produtos e aumenta o consumo, investimentos. Então ele vai continuar arrecadando", conclui.

(aspas)

Por : Walace Lara / Jorge Pontual / Carlos De Lannoy São Paulo, SP / Nova York, EUA / Buenos Aires, Argentina, para o Portal G1, 20/08/2010

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