segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Impostos mais que dobram preço do novo Kindle para os brasileiros

Aparelho da Amazon vai chegar ao país por R$ 550, o mais caro entre 28 mercados

 

O modelo do Kindle é novo, mas a história para os brasileiros continua a mesma: os impostos vão mais que dobrar o preço do leitor de livros eletrônicos, anunciado pela americana Amazon por US$ 139.

Levantamento feito no site da Amazon com os 28 países em que é possível verificar as taxas de importação mostra que em nenhum deles se paga mais do que no Brasil.

Aqui, o Kindle só com tecnologia Wi-Fi (internet sem fio), que é a versão mais barata, sai por US$ 312,15 (cerca de R$ 550), sendo que US$ 152,17 são referentes a taxas de importação.

O segundo lugar onde é mais caro é a Índia: as taxas de importação somam US$ 56,34 -quase dois terços menos que no Brasil.

Em alguns países, casos de Hong Kong ou Hungria, não há taxa de importação. Só é preciso custear o frete, que é fixo para todos os 28 países: US$ 20,98.

A mesma situação vale para o Kindle que tem a tecnologia 3G (terceira geração), além de Wi-Fi. O aparelho, que custa US$ 189 no mercado norte-americano, chega ao Brasil por US$ 409,71 (aproximadamente R$ 725), sendo que US$ 199,73 são taxas de importação.

Os novos produtos começaram a ser vendidos ontem, mas só passarão a ser enviados para a casa dos compradores em 27 de agosto.

De acordo com a Amazon, caso as taxas de importação cobradas no país sejam inferiores à estimativa feita por ela, a empresa irá devolver a diferença. Na hipótese oposta, ela se responsabiliza em cobrir os custos.

Recentemente, um advogado conseguiu uma liminar para trazer o produto ao Brasil sem pagar tributos, já que ele é colocado na mesma categoria de livros e jornais, que não pagam impostos.

Mas a sentença não vale para todos. O comprador que não quiser pagar as taxas terá que obter liminar.

 

NOVO PRODUTO

 

Os novos modelos do Kindle, apresentados ontem, são mais leves e menores que as suas versões anteriores, mas a tela permanece do mesmo tamanho. A bateria passa a ter maior duração, podendo funcionar por até 30 dias.

A faixa inicial de preços também caiu. Antes, o modelo mais barato custava US$ 189, ante os US$ 139 atuais, uma aposta para massificar os livros eletrônicos.

A notícia não animou os investidores, e a ação da Amazon caiu 0,23% ontem.

(aspas)

 

 

Por  : Álvaro Fagundes, para a Folha.com, 30/07/2010

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