O governo mexicano divulgou hoje (18/8) uma lista de 99 produtos norte-americanos que terão as tarifas aumentadas, em retaliação à proibição de caminhões mexicanos em estradas dos Estados Unidos. As taxas variam de 5% a 15% e se aplicam a produtos como queijos, frutas, vinho, papel higiênico, suínos, milho e alguns manufaturados.
A retaliação veio após Washington cancelar um programa – lançado durante o governo George W. Bush – que previa a entrada gradual de caminhões mexicanos nos EUA, o que atualmente é proibido por motivos de segurança. Conforme prevê o Tratado de Livre Comércio entre México e EUA, a circulação de caminhões deve ser livre.
Empresários norte-americanos reclamam que a medida mexicana afetará milhares de empregos, enquanto políticos em Washington pedem para que o governo acabe com o impasse. "Estamos desapontados que o México tenha colocado taxações adicionais nos produtos norte-americanos", afirmou à agência Reuters o porta-voz do Departamento da Agricultura dos EUA. "Trabalharemos com o Congresso para resolver esse problema."
Para Dan Ikenson, da revista Forbes, o México está com a razão: “Os custos econômicos e políticos da retaliação mexicana sugerem que alguém terá de ceder. Pelo cenário atual, os mexicanos têm razão ao aumentar a temperatura da situação”, escreveu.
Mercado
As ações ligadas ao setor suíno subiram fortemente ao longo das últimas duas semanas na bolsa de valores de Chicago, refletindo a preocupação com as tarifas mexicanas. Em 2009 o México era o segundo maior importador da carne de porco norte-americana e comprou cerca de 400 mil toneladas de porco, ou 22% do total das exportações norte-americanas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
(aspas)
Por : Marina Terra, da Redação do Portal “Opera Mundi”, 18/08/2010
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