SÃO PAULO - Empresários brasileiros solicitam a entidades de comércio exterior que realizem missões empresariais para elevar o número de fornecedores chineses de máquinas e equipamentos, tecnologia e eletrônica. "Os empresários solicitaram à Amcham (Câmara Americana de Comércio) que tornasse possível uma missão compradora, ou seja, que facilitasse o contato entre as empresas do País e distribuidores chineses, para que os polos industriais se tornem mais modernos e competitivos", declarou ao DCI a gerente de Comércio Exterior da entidade, Camila Moura.
De acordo com Marcelo Vitorino, diretor Comercial da Damco, a missão condiz com o crescimento das exportações e da importância da China para o comércio brasileiro. "As empresas participantes da missão querem conhecer mais o mercado chinês, abrir portas do mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, fazer contatos para posteriormente inserirem seus produtos na China", declarou o diretor.
"Com a missão, as importações tendem a aumentar no curto prazo e prejudicar ainda mais a balança brasileira. Contudo, no longo prazo as expectativas são de inversão e um aumento significativo nas exportações e queda nas importações", afirmou.
Os setores de máquinas e equipamentos, autopeças, computadores, engenharia civil, infraestrutura e produtos químicos e eletrônicos devem ser beneficiadas com a missão.
"O objetivo é aproximar esses setores e agregar bastante valor aos produtos que serão vendidos posteriormente. É uma missão focada em desenvolver negócios e apoiar empresários, tendo em vista a importância mundial da China hoje e no futuro", aponta Marcelo Vitorino.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), no primeiro semestre do ano passado foram comprados da China US$ 6, 768 bilhões, enquanto no mesmo período deste ano o Brasil já importou US$ 10,760 bilhões.
O saldo comercial, no entanto, ainda foi favorável para o Brasil em US$ 2,7 bilhões no primeiro semestre de 2010.
"Nós devemos ampliar as importações provenientes da China em 20% neste ano em comparação com 2009. Para 2011, a previsão é de crescimento ainda na mesma base (20%), depois disso não sabemos se haverá uma inversão nas rotas de comércio, passando a importação ser maior por parte da China desses produtos", pontuou Vitorino.
"Eu não vejo limite para crescimento, em função do comércio pequeno da presença na China. Se compararmos o fluxo entre China e Europa é muito superior. Temos um potencial difícil de medir para a entrada de produtos brasileiros na China", relata.
"O preço chinês é mais vantajoso do que qualquer país do mundo. Por isso vamos comprar de lá. As compras da China não irão prejudicar o mercado interno, pelo contrário, vamos reerguer o mercado", frisa Vitorino.
"Além de todo o suporte durante a missão, o grande diferencial é que ofereceremos uma preparação prévia para que os participantes possam entender o complexo mercado chinês, principalmente no que diz respeito às questões tributárias, logísticas e culturais", destaca Moura. Outra facilidade proporcionada pela Amcham é a presença de um tradutor/intérprete por empresa participante ao longo da viagem, o que facilita a abordagem e a rapidez dos contatos e contratos de negócios sejam concluídos.
A primeira etapa da missão, que tem início em 11 de outubro, será em Hong Kong, que possui uma economia marcada por políticas de mercado mais livres que as chinesas e tem como setores destacados equipamentos eletrônicos e informática. Os empresários brasileiros na ocasião irão visitar a Global Source Electronics and Components China Sourcing Fair e a Hong Kong Electronic Fair, duas das maiores feiras de tecnologia do país.
(aspas)
Por : Karina Nappi, para o Jornal “DCI”, 11/08/2010
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