sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Importados podem até dobrar nas prateleiras

 

 

 

SÃO PAULO - Com o dólar mais baixo ante o real este ano, cotado a R$ 1,76 na última sexta-feira, as empresas do varejo começam a ampliar a presença de produtos importados nas prateleiras, de olho nas vendas de Dia das Crianças e Natal. Enquanto redes supermercadistas como o Grupo Pão de Açúcar aumentam os estoques de importados em até 30%, outras como a rede La Rioja dobram os pedidos de panetones estrangeiros para este Natal. No atacado não é diferente, pois o Makro, líder do segmento, prevê importar R$ 270 milhões, ao todo, em 2010, ante os R$ 220 milhões contabilizados no ano anterior. Isso de deve a desvalorização do dólar frente ao real e à compra de mais produtos de maior valor agregado.

 

O cenário deve-se aos Estados Unidos e Europa terem sofrido com mais ênfase a crise econômica. Logo, o número de fornecedores aumentou e a competição por preços ficou mais atraente aos varejistas brasileiros. Na previsão do Programa de Administração do Varejo (Provar), de modo geral, o crescimento de importados em relação ao ano passado deverá ser algo em torno de 10% no comércio nacional. "Em relação aos importados a expectativa é grande e tanto os Estados Unidos quanto a Europa, que passaram por uma crise recente, se esforçam para vender para o Brasil, o que aumenta a procura. O crescimento do ano gira de 10 a 11%, e no Natal 9,5% a 10%", disse o diretor de Estudos e Pesquisas do Instituto Provar, Nuno Fouto.

 

Quem segue a mesma linha de otimismo é o assessor econômico da Fecomércio, Altamiro Carvalho, que acredita em um mix que recebe uma atenção especial do consumidor, seja o mesmo importado ou nacional. "Um ano positivo no mix de conjuntos na área de supermercados, brinquedos e eletroeletrônicos", enfatizou o assessor econômico.

 

As perspectivas são traduzidas pelas as empresas que atuam na linha de frente deste mercado, como é o caso da rede varejista de brinquedos PBKids, que aguarda um crescimento de 15% tanto para o Dia da Criança quanto para o Natal, e hoje chega a importar 70% dos produtos vendidos na rede, que no ano passado faturou R$ 200 milhões. "Este ano estamos mantendo o mesmo volume de compras, porém com o diferencial que diversificamos mais o número de fornecedores e esperamos esgotar o estoque", afirmou o gerente-geral da rede, Renato Floh.

 

As 51 lojas da PBKids também preveem uma elevação de 8% no valor do ticket médio, que deve chegar ao patamar de R$ 130. No mercado há 16 anos, a rede possui unidades nos principais estados do País, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Manaus, Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Sul. Nos próximos meses a rede inaugura lojas no Maranhão (São Luis) e Paraná (Maringá).

 

Já a líder do mercado de varejo de brinquedos, Hi Happy, também aguarda um crescimento no Dia da Criança de 10% e hoje a rede importa 60% dos produtos vendidos nas 97 lojas.

 

Quem também está com uma boa perspectiva neste semestre é a Cecilia Dale, rede de lojas que atua na área de decoração e mobiliário. A perspectiva para o Natal é de 20% de crescimento em relação ao ano passado. Atualmente a marca agrega oito lojas presentes em São Paulo - uma recém-inaugurada no Shopping Anália Franco, na capital. A rede estima que dos objetos de decoração que oferecerá, 70% são importados, na área de mobília, 50%. "Estamos vivendo um momento muito diferente de 2008, ano em que fomos aplacados pela crise mundial. Este ano temos muito mais perspectivas positivas de compra e venda e com uma qualidade superior da existente dos anos anteriores, devido a desvalorização do dólar e a valorização do real que nos deu a possibilidade de aumentar o leque de produtos comprados sem ter de aumentar o gasto", explicou a gerente de Marketing Paola Dale. Ela ainda enfatizou que o benefício é do cliente. " Para as datas especiais como Dia dos Pais e Natal, os clientes encontram produtos específicos. Enfeites e árvores de Natal estarão disponíveis a partir de outubro", explicou Paola.

 

Varejo popular

 

O varejo popular também aguarda um cenário positivo, mas está mais cauteloso. Para a Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares, a estimativa é de um faturamento de R$ 270 milhões no setor, cerca de 22,7% a mais em relação ao ano passado.

 

Um exemplo é a Armarinhos Fernando que prevê aumento de 8% em vendas no Dia da Criança. Apesar de dar prioridade para trabalhar com produtos nacionais, a rede importa 10% dos produtos vendidos nos pontos comerciais, e afirma que ainda não tem uma previsão concreta de vendas para o Natal. "Em ambas as datas aguardamos um cenário positivo, porém também estamos esperando um aumento de juros vindo do Banco Central que deve intervir de alguma forma nas vendas das datas comemorativas", alertou o gerente da rede Ondamar Ferreira.

 

Já no setor supermercadista, o Grupo Pão de Açúcar espera uma elevação de até 30% na venda de produtos importados para o próximo Natal, ante o mesmo período do ano passado. A empresa antecipou as encomendas de itens de decoração natalinos, brinquedos, pratos típicos e presentes e busca oferecer aos seus clientes itens diferenciados, sem similares nacionais.

 

"Com o dólar em cotação bem regular em relação a 2009 e com o crescimento do poder de compra da população, a expectativa é que a venda de importados em 2010 seja das mais expressivas da empresa. O grande destaque devem ser as vendas de não-alimentos", destacou o diretor de Importações e Exportações do Grupo, Sandro Benelli.

 

Com a desvalorização do dólar frente ao real - para R$ 1,76 em média este ano-, o varejo está ampliando a importação de produtos para forrar as prateleiras de olho nas vendas do Dia da Criança e do Natal. Enquanto redes supermercadistas como o Grupo Pão de Açúcar aumentam os estoques de importados em até 30%, outras, como a rede La Rioja, dobram os pedidos de panetones estrangeiros. No atacado não é diferente. O Makro, líder do segmento, prevê importar R$ 270 milhões, ao todo, em 2010, ante os R$ 220 milhões contabilizados no ano passado, devido também à maior oferta de fornecedores estrangeiros.

 

Com a retração dos mercados dos Estados Unidos e da Europa, os fornecedores voltaram-se para mais economias de consumo mais firme, como o Brasil, e a competição fez os preços ficarem mais atraentes aos varejistas brasileiros, diz o diretor de Estudos e Pesquisas do Instituto Provar, Nuno Fouto. Da mesma opinião é o assessor econômico da Fecomércio, Altamiro Carvalho.

 

Na rede varejista de brinquedos PBKids, que calcula um crescimento de 15% tanto no Dia da Criança quanto no Natal, hoje 70% dos produtos são importados. "Ampliamos mais o número de fornecedores e esperamos esgotar o estoque", acredita o gerente-geral da rede, Renato Floh. As 51 lojas da PBKids também preveem uma elevação de 8% no valor do ticket médio, que deve chegar a R$ 130 nessas datas.

 

Na rede Cecilia Dale, de decoração e mobiliário, a perspectiva para o Natal é de 20% de crescimento em relação ao ano passado; dos objetos de decoração oferecidos, 70% são importados.

(aspas)

Por : Gleyma Lima, para o Jornal DCI 23/08/2010

Nenhum comentário: