quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pequenas e médias atraem negócios de tradings

 

Um dos desembarques que a trading Milênia vai efetivar em breve é o de um palete de bebidas que deve chegar ao país no valor estimado de US$ 12 mil. Segundo o sócio da empresa, José Augusto Alves de Paula, trata-se de uma importação para um representante comercial que pretende apostar em uma nova marca de cerveja para o mercado brasileiro. "Ele conheceu o produto no exterior e acredita que a cerveja deverá ser bem aceita no país", explica Paula. Caso a resposta para a bebida seja realmente a esperada, o passo seguinte é formar uma nova empresa que deverá fazer as importações diretamente, o que a colocará no grupo de novos importadores. A Milênia deverá ser parceira nos desembarques seguintes.

A cerveja é apenas um exemplo do tipo de negócio que a trading tem feito ao apostar no nicho da pequena e média empresa importadora, que representa 40% de sua clientela. Nesse nicho, diz Alves de Paula, a empresa presta assessoria a importações de US$ 12 mil a US$ 35 mil por desembarque.

Alves de Paula explica que a Milênia surgiu há um ano e meio tentando explorar justamente o mercado de empresas que não possuem estrutura suficiente para buscar fornecedores, cumprir o trâmite burocrático e efetivar um desembarque sem assessoria. "Trata-se de um segmento que tem cada vez mais interesse em importar, mas em muitos casos a demanda que esse tipo de empresa tem é considerada muito pequena para uma trading maior", diz. Além disso, explica ele, em alguns casos trata-se de uma experiência de importação que pode não render desembarques seguintes.

Outro problema é a falta de recursos próprios para custear todo o processo de importação. Nesse caso, a trading acaba entrando como parceira do negócio em vez de ser apenas uma simples importadora.

É o caso da cerveja que a Milênia deverá desembarcar em breve. "Como é praticamente um teste de mercado, o interessado não quer já de início providenciar habilitação para importação, por exemplo", diz Alves de Paula. Ele conta que a trading chegou a estudar as possibilidades do mercado da bebida e também acredita na aceitação do produto. Por isso, a Milênia deve custear a primeira operação de importação da cerveja em troca da parceria nos desembarques seguintes.

(aspas) 

Fonte : Jornal “Valor Econômico”, 14/06/2010

 

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