segunda-feira, 14 de junho de 2010

Indústria de TI quer maior apoio do governo às exportações

 

 

A indústria de TI reivindica uma maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, o peso do setor na economia é de apenas 1%, o que, segundo executivos da área, é muito pouco, considerando que a tecnologia tem papel fundamental no desenvolvimento do Brasil.

De acordo com executivos da IBM, HP, Perto, Diebold e Itautec, uma medida para aumentar essa representatividade do segmento seria o maior apoio do governo. O assunto foi debatido nesta quinta-feira, 10, Ciab 2010, congresso e exposição de tecnologia da informação para instituições financeiras, que acontece até esta sexta-feira, 11, em São Paulo.

Segundo João Abud Júnior, presidente da Diebold, um fator preponderante para atingir esse objetivo é começar a exportar o conhecimento de TI do Brasil de forma mais intensa, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de software e serviços. "Estamos fazendo pouco no sentido de exportar nossa tecnologia", disse.

O vice-presidente comercial da HP, Juarez Zortea, pontuou que o Brasil tem capacidade de exportar, mas a principal dificuldade do setor de tecnologia nesse aspecto é o custo. "O Brasil é caro. A cadeia de impostos impede que exportemos em volumes maiores", afirmou. Para o presidente da Itautec, Mario Anseloni, o governo precisa auxiliar as empresas na questão da exportação, para se criar um modelo sustentável de vendas externas de tecnologia, o que, segundo ele, passa por incentivos financeiros e de parcerias com universidades.

Rogéro Oliveira, presidente da IBM para a América Latina, ressaltou o fato de o Brasil estar em evidência no mundo, tanto em termos econômicos quanto no uso da tecnologia. Um exemplo disso, diz ele, é o fato de grandes empresas como a IBM e a GE terem trazido para o país centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Crítico da falta de apoio às exportações de TI, o presidente da Perto, Thomas Elbling, salientou que o governo brasileiro não fornece grande suporte para as empresas brasileiras exportarem. Uma ajuda que teria reflexo importante no ganho de competitividade, segundo o executivo, seria a oferta de incentivos.

"Quando se analisa o status quo nacional de forma realista, marcada por uma dificuldade inerente de mudança no sistema tributário, verificamos que a única saída para a indústria de TI brasileira ganhar competitividade em exportações é elevar cada vez mais as vendas e adquirir maior escala" diz Zortea, ao dizer que um dos gargalos é a falta de mão de obra qualificada, principalmente no que se refere ao domínio do idioma inglês. "Esse é um limitador da nossa capacidade de aumentar a competitividade", complementou.

Oliveira da IBM ressalta que o aumento nos gastos com TI do país é um caminho para expandir as exportações da indústria nacional. O executivo salienta que na disputa pelo mercado de vendas externas de software e serviços, o Brasil tem potencial enorme no que se refere a serviços avançados de negócios, como BPO, por exemplo.

O presidente da IBM para América Latina argumentou que a tecnologia tem potencial para impulsionar o desenvolvimento econômico do país e ao se baratear o custo de comunicações e TI, acaba por impactar positivamente todas as indústrias, resultando em um aumento de produtividade, já que são usuários de serviços de TI e telecomunicações.

 

(aspas)

 

 

Por : Victor Hugo Cardoso Alves, Portal TI Inside Online, 10/06/2010

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