O avanço das importações em setembro sinaliza um princípio de retomada dos investimentos pelo setor produtivo. De acordo os dados do Ministério do Desenvolvimento, indústria e Comércio Exterior (Mdic), as compras de máquinas e equipamento aumentaram 20% em comparação a agosto. Entre os itens mais adquiridos no exterior no último mês sobressaíram maquinário industrial, aeronaves e veículos de carga. A compra desses itens no exterior é avaliada como positiva porque estão relacionadas à ampliação do parque fabril brasileiro e melhoria da infraestrutura. Além de máquinas, equipamentos e veículos de transportes, os dados mostram alta de 8,2% nas encomendas de matérias-primas e insumos.
“Isso quer dizer que, passada a crise, os brasileiros estão começando a comprar mais, o que indica também uma retomada do investimento”, contou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal. “Na prática, mostra que as indústrias têm diminuído a capacidade ociosa, o que leva ao segundo passo da cadeia, que é aumentar investimentos para suprir a demanda e aumentar a produção”, acrescentou o economista.
Já a importação de combustíveis e lubrificantes teve a maior alta, 47%, devido ao aumento de 78,5% na compra de petróleo no último mês. “Sozinho, o petróleo significou 30% das importações em setembro, o que indica que, em outubro, esse produto deverá contribuir negativamente, devido a um ajuste nos pedidos”, explica o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Welber Barral.
Bens de consumo
No último mês, a compra de bens de consumo no exterior foi ampliada em 14,4% frente a agosto. Na comparação com setembro de 2008 houve expansão de 10,6%. As aquisições de bens não duráveis (alimentos e bebidas) ficaram 10,4% maiores ante agosto e 11,8% menores na comparação com igual mês do ano passado.
De maneira geral, o desempenho das importações entre janeiro e setembro mostra que o Brasil comprou menos em 2009 ante 2008 de todos os países vendedores. Entretanto, quando se compara as importações apenas de setembro com as de agosto, verifica-se variação positiva em 11 dos 12 países fornecedores.
“Com a retomada das compras, a tendência é que o investimento em relação ao PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas) volte para 20% no terceiro trimestre do ano que vem. Isso, se não houver um segundo mergulho da crise, o que, contudo, descartamos totalmente”, diz Luís Otávio. (DB)
FONTE: Correio Braziliense - 02/10/2009
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