Exportadores conhecerão as medidas até o fim do mês.
O governo deve anunciar até o fim deste mês as medidas de estímulo ao setor exportador, segundo informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. A preocupação com a competição acirrada no mercado internacional, a valorização do real e o aumento forte das importações foram debatidos ontem durante a reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC), no Ministério da Fazenda.
Jorge disse que os trabalhos técnicos estão praticamente concluídos. Ele e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, devem se reunir até o fim da próxima semana para fechar o pacote que será apresentado ao presidente Lula. Segundo ele, as propostas visam a desburocratizar, reduzir custos das exportações e melhorar os financiamentos e as garantias de crédito ao exportador. Ele garantiu que não há medidas cambiais.
O ministro confirmou que entre as medidas estará a criação de um braço do BNDES para operar o comércio exterior, nos moldes do Eximbank americano. “Estamos usando o BNDES, criando uma diretoria especial só para exportação.”
Ele, no entanto, destacou que o Banco do Brasil continuará a ter um papel preponderante na questão das exportações brasileiras. “O Banco do Brasil é quem tem a capilaridade para trabalhar o processo de financiamento das exportações”. O Banco do Brasil também disputava as funções de Eximbank.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu, na reunião do GAC, a necessidade de resolver o problema de acúmulo de créditos tributários do setor exportador. “Neste cenário pós-crise, que tem um acirramento da competição, além da desvantagem de o real estar valorizado, ou o Brasil avança para melhorar na burocracia, nas condições de financiamento e para desonerar as exportações, ou vamos perder espaço no mercado externo.”
Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), afirmou que o grande desafio para o setor de infraestrutura é garantir a oferta de financiamentos de longo prazo.
O setor espera que os investimentos anuais cheguem a R$ 160 bilhões em 2014, ante os R$ 106 bilhões atuais. A Abdib calcula que será necessário ampliar em mais R$ 40 bilhões a oferta de crédito atual para atender a essa previsão de investimentos.
Fonte: O Estado de São Paulo
Renata Veríssimo - Brasilia
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