Jundiaí já aparece como polo fabril de celular, mas tablet sai só em 2012 e Apple triplica importação do aparelho.
No 3º trimestre, país trouxe 108 mil iPads da China, 217% mais em relação ao apurado entre janeiro e março
A Foxconn já pode fabricar o iPhone 4S no Brasil, mas não deve começar a produzir iPads no país tão cedo. O documento de homologação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) emitido nesta semana indica Jundiaí como uma das unidades fabris da empresa, ao lado de uma filial chinesa.
Essa é a primeira vez que um endereço brasileiro aparece no documento. Segundo a Folha apurou, os primeiros lotes do iPhone 4S já estão prontos, mas não podiam sair da fábrica até ter o selo.
A expectativa é que os primeiros iPhones produzidos no Brasil cheguem até o Natal. Procurada, a Apple não comentou a fabricação local ou o prazo de início das vendas do aparelho.
Enquanto a produção nacional dos celulares parece garantida, a fabricação de iPads, alardeada pelo governo como provável até o fim do ano, continua emperrada.
Sucessivos atrasos na instalação da linha de produção, além de impasses em questões fiscais e a falta de um "sócio local", como enfatizou o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, adiaram o início da produção.
Segundo executivos próximos às empresas, dezembro era o mês provável para o início da fabricação, mas agora a Foxconn trabalha com a possibilidade de começar a produção somente no fim do primeiro semestre de 2012.
A descrença na fabricação em breve dos tablets pela Foxconn no Brasil, segundo esses executivos, é tão grande que a Apple triplicou as importações do iPad para garantir o abastecimento do varejo nacional para o fim do ano.
De acordo com dados oficiais de importação, no terceiro trimestre foram 108 mil iPads importados, ante 44,5 mil entre abril e junho. Desde o começo do ano, as importações triplicaram.
Enquanto isso, outras empresas que já afirmaram a intenção de fabricar tablets no Brasil em curto prazo elevaram as importações em menos de 20% para o fim do ano.
Foi o caso da ZTE que trouxe da China 18,9 mil aparelhos no segundo trimestre e 22 mil no terceiro. "Mantemos o plano de fabricação local, principalmente para aparelhos de dez polegadas, que teve melhor aceitação", disse à Folha Eliandro Ávila, presidente da companhia no país.
O início da fabricação própria da ZTE deve ocorrer até o fim de dezembro em Hortolândia, interior paulista, e a estimativa é que, com os incentivos fiscais, os aparelhos -que custam hoje cerca de R$ 800- fiquem entre 20% e 25% mais baratos.
(aspas)
Por : Camila Fusco de São Paulo, Jornal “Folha de S. Paulo” 02/11/2011
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