Informação é do presidente da Investe São Paulo; produção está prevista para ser iniciada entre setembro e novembro deste ano
Os produtos da Apple podem ficar mais baratos por aqui até o Natal. A taiwanesa Foxconn deve começar a produzir iPhones e iPads em São Paulo entre setembro e novembro, segundo Luciano de Almeida, presidente da Investe São Paulo, agência estadual de promoção de investimentos. Posteriormente, a linha de produção também deve incluir notebooks.
Almeida participou ontem da inauguração do centro Tecnológico da Alcatel-Lucent em São Paulo. De acordo com ele, a decisão de produção local foi comunicada em fevereiro ao governador Geraldo Alckmin por representantes da Apple.
"A Foxconn está analisando cinco ou seis municípios em São Paulo para instalar a nova fábrica", disse Almeida. Fontes de mercado apontam Jundiaí, onde está instalada a maior fábrica da empresa taiwanesa no Brasil, como a principal candidata.
Para os produtos da Apple, a expectativa é chegar à produção de 6 milhões de unidades por ano num prazo de três a quatro anos, contratando de 4 mil a 5 mil funcionários. A Apple e Foxconn preferiram não comentar o assunto.
Almeida descartou a possibilidade de essa fábrica ir para o Rio de Janeiro. "Não há qualquer risco", afirmou. O empresário Eike Batista chegou a falar que queria levar a fábrica para o Rio.
Bilhões. Em sua visita à China, no mês passado, a presidente Dilma Rousseff se encontrou com Terry Gou, presidente da Foxconn. Depois da reunião, a presidente anunciou que a maior fabricante de eletroeletrônicos do mundo investiria US$ 12 bilhões no Brasil, criando 100 mil empregos. Os números foram contestados por especialistas.
Almeida, do Investe São Paulo, disse que não poderia divulgar o investimento na fábrica de produtos Apple, mas que eles estão longe desse montante. De acordo com ele, as conversas com a Foxconn começaram em abril do ano passado.
O presidente da Investe São Paulo disse que o projeto apresentado pela Foxconn possui três fases. A primeira seria a produção da Apple, a segunda, a unificação das fábricas que a empresa tem no Brasil em um só local e, a terceira, a fabricação de telas no País. "Talvez o governo federal tenha oferecido algum incentivo para a Foxconn acelerar seus planos", afirmou.
"A operação da Foxconn no Brasil ainda é operacionalmente negativa, e eles precisam de escala para viabilizar a instalação da fábrica de telas", disse Almeida. "Com a fábrica da Apple, eles devem ganhar escala."
Além de Jundiaí, a Foxconn tem hoje unidades fabris em Indaiatuba e Sorocaba (SP), Manaus (AM) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Entre seus clientes no Brasil estão a HP e a Sony.
O investimento na fábrica de telas poderia ficar entre US$ 3 bilhões e US$ 7 bilhões, segundo Almeida. Mas a unificação das fábricas e a instalação dessa unidade ainda não teriam sido aprovadas pelo conselho da Foxconn.
Vantagens. Almeida disse que o governo de São Paulo não ofereceu nenhuma vantagem para a Foxconn instalar a fábrica de produtos Apple no Estado.
"Sessenta por cento do mercado está aqui e temos a melhor infraestrutura", disse o presidente do Investe São Paulo. "Quando os produtos precisam ser trazidos de Manaus, acontecem até roubos de carga." Ao ser perguntado se São Paulo começou a participar da guerra fiscal, Almeida disse que o Estado entra "na defesa, e não na guerra". "São Paulo não vai perder mais empregos."
(aspas)
Fonte : Jornal “O Estado de S. Paulo”, 03/05/2011
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