São Paulo – O ministro da Indústria e Comércio da Índia, Jyotiraditya Scindia, afirmou hoje (2) que o governo indiano estuda, junto com os países do Mercosul, a ampliação do acordo sobre tarifas comerciais existente entre o seu país e o bloco sul-americano. Segundo Scindia, uma nova lista de produtos que podem ser comercializados sob um regime preferencial de tributação deve começar a ser discutida em novembro.
“Queremos aprofundar o acordo com o Mercosul”, afirmou Scindia, em entrevista coletiva concedida na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). “Equipes de ambos os lados têm se encontrado e nós nos comprometemos a elaborar uma lista de novos produtos que queremos que sejam incluídos no acordo em novembro deste ano.”
O ministro participou do Encontro Empresarial Brasil-Índia. No evento, empresários brasileiros e indianos falaram sobre a importância de um acordo de livre comércio entre os países do Mercosul (o Brasil, Uruguai, Paraguai e a Argentina) e a Índia.
Scindia explicou que o primeiro Acordo de Preferências Tarifárias Fixas (APTF) entre o bloco e a Índia foi firmado em 2009 já visando à criação de uma área de livre comércio. Atualmente, a importação e a exportação de 452 produtos são beneficiadas pelo compromisso. A intenção é aumentar as categorias de produtos com tributação especial gradativamente.
Para o ministro, a ampliação do acordo será estratégica para aumentar as relações comerciais entre os países envolvidos. Estimativas citadas pelo por Scindia apontam que o comércio entre o Mercosul e a Índia deve alcançar a marca dos US$ 17 bilhões (R$ 29,5 bilhões) em 2012 e US$ 30 bilhões (R$ 52 bilhões) em 2030.
Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, o livre comércio entre o Mercosul e a Índia seria benéfico também para o Brasil, individualmente. Em palestra durante o encontro de empresários, ele disse que as economias do Brasil e da Índia são complementares e podem ajudar uma a outra.
“Nós estamos muito interessados em um acordo de livre comércio Mercosul-Índia”, afirmou. “O Brasil precisa de investimentos em várias áreas e pode também colaborar com a Índia, principalmente, no suprimento de comida e de energia.”
(aspas)
Por : Vinicius Konchinski, para a Agência Brasil, 02/09/2010
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