A perspectiva de congestionamento portuário dentro de cinco anos é a atual preocupação dos operadores de terminais de cargas conteneirizadas, particularmente entre os trades do extremo oriente e oriente médio, em virtude da recuperação do volume de recipientes da queda de 10% ocorrida em 2009.
A consultoria Drewry, citando prospectos econômicos otimistas, revisou suas projeções de médio prazo para cima, mas alerta que o investimento em novos terminais de contêineres deve ser retomado a fim de evitar a perspecitva de congestionamento.
Os dados sugerem que o volume global de recipientes cresceria numa taxa de 7,2% ao ano entre 2009 e 2015 - valores ainda menores do que os observados no começo dos anos 2000. "Em consequência, a movimentação portuária aumentaria em 245 milhões de Teus (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) - de 473 milhões de Teus para 718 milhões de Teus - incremento de mais de 50% no período", analisa a Drewry.
Atualmente, a capacidade mundial dos terminais de carga conteinerizada está prevista para crescer em 143 milhões de Teus no mesmo espaço de tempo, aumento abaixo de 20%. O ritmo mais lento de crescimento na capacidade em relação ao volume de movimentações irá acabar por elevar os números de utilização global de terminais de contêineres, a menos que novas instalações saiam do papel.
Ainda segundo a análise da Drewry, várias partes do planeta poderão enfrentar o entrave nas movimentações em portos em 2015, se parte dos projetos de expansão dos complexos portuários não forem realizados pelos próximos três a cinco anos.
Estima-se que, até 2015, os níveis de utilização global passariam de 80%. De acordo com a Drewry, "enquanto isso pode não parecer algo preocupante em escala mundial, terminais em localidades privilegiadas são normalmente mais utilizados do que a média de complexos portuários, e em algumas regiões - notadamente extremo oriente e oriente médio - fica clara a não-adequação dos projetos de expansão já confirmados para suprir a demanda crescente." Nas áreas mencionadas pela consultoria, a utilização chegaria a 95%.
Para o conselheiro-sênior de portos da Drewry, Neil Davidson, os planos de expansão foram "compreensivelmente adiados em larga escala, e é excepcionalmente difícil especular sobre a escala, cronograma e estágios de desenvolvimento dos projetos de ampliação de capacidade."
Enquanto isso, a recuperação dos volumes se fez presente em muitas localidades, e faz o mercado questionar se as novas instalações serão implementadas a tempo de suprir a demanda, especialmente levando em consideração os processos de financiamento atuais para investimentos deste porte, que são muito mais complicados e exigentes do que em outros tempos, de acordo com o analista.
(aspas)
Guia Maritimo, 02/09/2010
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