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O mercado brasileiro de videogame, que nos últimos 15 anos viveu dependente de importações, está prestes a mudar. No início da semana, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, disse que o governo federal pretende anunciar até o fim do mês a instalação de uma fábrica de games na Zona Franca de Manaus (AM).
Tudo indica que o anúncio em questão será a produção local do Xbox, da Microsoft. Pessoas próximas à companhia confirmaram o início da fabricação do console no Brasil, em um projeto que pode ser oficializado nas próximas semanas e envolve o governo federal. Entre os estúdios que criam jogos no Brasil, também são crescentes os comentários sobre o movimento da Microsoft. Procurada, a companhia não quis falar sobre o assunto.
Contatadas pelo Valor, Sony e Nintendo, as outras duas gigantes que dominam o setor e que poderiam estar no centro do anúncio, também não fizeram comentários sobre a possibilidade de produção local de seus consoles, o PlayStation e o Wii. A Nintendo enviou um comunicado segundo o qual "enquanto avalia constantemente novos métodos e oportunidades de expandir a audiência de seus produtos, não revela ou discute detalhes de planos presentes ou futuros de seus negócios".
Conforme apurou o Valor, a Zona Franca de Manaus aprovou dois grandes projetos de fabricação de consoles neste ano. As iniciativas envolvem duas companhias especializadas na manufatura de equipamentos para terceiros.
A Masa da Amazônia, empresa do grupo Flextronics - que mantém contrato internacional com a Microsoft para produzir o Xbox - responde por um dos projetos, que prevê um aporte de R$ 150,3 milhões em três anos. O valor inclui a instalação das linhas de montagem, contratação de 100 funcionários diretos, além da importação de componentes para produzir os consoles. A fábrica que a companhia mantém atualmente em Manaus emprega 1093 pessoas, de forma direta e indireta.
Do total de investimentos previstos no projeto, R$ 41,18 milhões seriam recursos próprios e o restante dos aportes seriam feitos com recursos de terceiros. Para o primeiro ano, o investimento esperado é de R$ 58,7 milhões. A produção estimada para a fábrica é de 360 mil consoles no primeiro ano de operação, 960 mil no segundo ano e 1,15 milhão no terceiro ano. O Valor não encontrou um porta-voz da Flextronics para se pronunciar sobre a iniciativa.
Outro projeto para a produção de consoles de games aprovado na Zona Franca de Manaus é da Foxconn, que ganhou destaque no Brasil devido ao plano para produzir equipamentos da Apple no país. A empresa de Taiwan possui contrato no exterior para a fabricação dos jogos da Nintendo, incluindo os consoles Wii.
A iniciativa da Foxconn prevê um investimento de R$ 60,8 milhões no prazo de três anos, com aporte no primeiro ano de R$ 43,62 milhões. Está prevista a incorporação de 132 pessoas à fábrica da companhia em Manaus, que já emprega 303 funcionários. Para o primeiro ano, a estimativa é de produzir 370,8 mil consoles, volume que pode ser elevado para 372,9 mil e 447,5 mil no segundo e terceiro anos, respectivamente. Procurada, a Foxconn informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não falaria sobre o assunto.
A produção local de consoles das grandes companhias é um dos últimos fatores necessários para que o mercado brasileiro de games possa ganhar força e integrar, de fato, uma indústria que vai movimentar globalmente US$ 74 bilhões em 2011, segundo estudo da empresa de pesquisas Gartner.
O Brasil não conta com números precisos sobre a venda de jogos e consoles. As projeções de receita no país variam de R$ 300 milhões a R$ 1,1 bilhão por ano.
Atualmente, os três principais fabricantes mundiais vendem todos os seus equipamentos e jogos oficialmente no Brasil. Os principais estúdios de criação de jogos estão investindo em operações locais, enquanto varejistas vêm reforçando seu interesse no segmento. Ao mesmo tempo, o governo tem indicado que pode adotar medidas para impulsionar o setor, como a redução, ainda em estudo, da desoneração de impostos de jogos eletrônicos.
Segundo Fred Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), a percepção é de que as ações do governo visam estimular toda a cadeia, começando nos grandes fabricantes, mas se estendendo a todo o setor.
(aspas)
Por Cibelle Bouças e Moacir Drska, de São Paulo, Jornal “Valor Econômico”, 16/09/2011
O mercado brasileiro de videogame, que nos últimos 15 anos viveu dependente de importações, está prestes a mudar. No início da semana, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, disse que o governo federal pretende anunciar até o fim do mês a instalação de uma fábrica de games na Zona Franca de Manaus (AM).
Tudo indica que o anúncio em questão será a produção local do Xbox, da Microsoft. Pessoas próximas à companhia confirmaram o início da fabricação do console no Brasil, em um projeto que pode ser oficializado nas próximas semanas e envolve o governo federal. Entre os estúdios que criam jogos no Brasil, também são crescentes os comentários sobre o movimento da Microsoft. Procurada, a companhia não quis falar sobre o assunto.
Contatadas pelo Valor, Sony e Nintendo, as outras duas gigantes que dominam o setor e que poderiam estar no centro do anúncio, também não fizeram comentários sobre a possibilidade de produção local de seus consoles, o PlayStation e o Wii. A Nintendo enviou um comunicado segundo o qual "enquanto avalia constantemente novos métodos e oportunidades de expandir a audiência de seus produtos, não revela ou discute detalhes de planos presentes ou futuros de seus negócios".
Conforme apurou o Valor, a Zona Franca de Manaus aprovou dois grandes projetos de fabricação de consoles neste ano. As iniciativas envolvem duas companhias especializadas na manufatura de equipamentos para terceiros.
A Masa da Amazônia, empresa do grupo Flextronics - que mantém contrato internacional com a Microsoft para produzir o Xbox - responde por um dos projetos, que prevê um aporte de R$ 150,3 milhões em três anos. O valor inclui a instalação das linhas de montagem, contratação de 100 funcionários diretos, além da importação de componentes para produzir os consoles. A fábrica que a companhia mantém atualmente em Manaus emprega 1093 pessoas, de forma direta e indireta.
Do total de investimentos previstos no projeto, R$ 41,18 milhões seriam recursos próprios e o restante dos aportes seriam feitos com recursos de terceiros. Para o primeiro ano, o investimento esperado é de R$ 58,7 milhões. A produção estimada para a fábrica é de 360 mil consoles no primeiro ano de operação, 960 mil no segundo ano e 1,15 milhão no terceiro ano. O Valor não encontrou um porta-voz da Flextronics para se pronunciar sobre a iniciativa.
Outro projeto para a produção de consoles de games aprovado na Zona Franca de Manaus é da Foxconn, que ganhou destaque no Brasil devido ao plano para produzir equipamentos da Apple no país. A empresa de Taiwan possui contrato no exterior para a fabricação dos jogos da Nintendo, incluindo os consoles Wii.
A iniciativa da Foxconn prevê um investimento de R$ 60,8 milhões no prazo de três anos, com aporte no primeiro ano de R$ 43,62 milhões. Está prevista a incorporação de 132 pessoas à fábrica da companhia em Manaus, que já emprega 303 funcionários. Para o primeiro ano, a estimativa é de produzir 370,8 mil consoles, volume que pode ser elevado para 372,9 mil e 447,5 mil no segundo e terceiro anos, respectivamente. Procurada, a Foxconn informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não falaria sobre o assunto.
A produção local de consoles das grandes companhias é um dos últimos fatores necessários para que o mercado brasileiro de games possa ganhar força e integrar, de fato, uma indústria que vai movimentar globalmente US$ 74 bilhões em 2011, segundo estudo da empresa de pesquisas Gartner.
O Brasil não conta com números precisos sobre a venda de jogos e consoles. As projeções de receita no país variam de R$ 300 milhões a R$ 1,1 bilhão por ano.
Atualmente, os três principais fabricantes mundiais vendem todos os seus equipamentos e jogos oficialmente no Brasil. Os principais estúdios de criação de jogos estão investindo em operações locais, enquanto varejistas vêm reforçando seu interesse no segmento. Ao mesmo tempo, o governo tem indicado que pode adotar medidas para impulsionar o setor, como a redução, ainda em estudo, da desoneração de impostos de jogos eletrônicos.
Segundo Fred Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), a percepção é de que as ações do governo visam estimular toda a cadeia, começando nos grandes fabricantes, mas se estendendo a todo o setor.
(aspas)
Por Cibelle Bouças e Moacir Drska, de São Paulo, Jornal “Valor Econômico”, 16/09/2011
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