Setor quer prorrogação de medida antidumping
Nem o alho escapa da lista de produtos chineses que incomodam o Brasil. Desde 2007, os produtores brasileiros conseguiram garantir a sua fatia no mercado nacional com a aplicação de medida antidumping contra o similar chinês, que chega aqui por um preço menor do que aquele praticado no país de origem. Mas a medida perde a validade este ano e a Associação Nacional de Produtores de Alho (Anapa) está elaborando um pedido de prorrogação da restrição.
- Sem a medida antidumping, os produtores podem mudar de profissão. Não será possível mais produzir alho aqui. Trata-se de uma cultura muito artesanal, que demanda muita mão de obra, o que na China é bem mais barato do que aqui por razões conhecidas - afirma Rafael Corsino, presidente da Anapa e diretor da Wehrmann, uma das maiores empresas do Brasil no segmento.
Corsino lembra que na China existem 20 milhões de produtores, uma cidade de São Paulo, enquanto no Brasil o setor é bem menor:
- Aqui, não passamos de três mil. Por sorte, eles são grandes consumidores de alho e, por isso, só exportam 5% do que produzem. Se vendessem 10%, acabavam com a cultura no resto do mundo.
Desde os anos 90, com a abertura do mercado brasileiro ao comércio exterior, o país importa alho. Os produtores brasileiros, que forneciam 90% do que era consumido internamente à época, hoje só abastecem o mercado local com 30% do total. Em janeiro último, foram importadas no Brasil um total 941.414 caixas de alho da Argentina, enquanto da China vieram 271.176 caixas.
(aspas)
Fonte : Jornal "O Globo" 22/02/2012
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