Deve haver falta de equipamentos para fundação e guindastes, diz setor
Total de projetos para o evento soma R$ 23,6 bi, contando estádios e infraestrutura para as 12 cidades envolvidas
As obras de estádios e de infraestrutura para a Copa-2014 enfrentarão escassez de equipamentos pesados de construção civil no país, o que deve levar ao crescimento da importação nessa área.
A previsão é de engenheiros responsáveis pelos projetos do Mundial em cidades fora do eixo Sul-Sudeste.
Com extensão por 12 cidades-sedes, os planos ligados ao evento têm orçamento total de R$ 23,6 bilhões, entre estádios e infraestrutura, a maioria para transporte.
Mas, em quase todos os Estados, só estão em andamento as construções das arenas. Por isso, há previsão de falta de equipamentos, como estacas-hélice (usadas para fazer fundações das construções) e guindastes, no futuro.
"Temos empresas de estacas-hélice em Manaus. Mas, quando for fazer o monotrilho, deve faltar e terá de buscar em outro lugar. Não há problema porque a Europa está ociosa e podemos importar equipamentos de lá", afirmou o engenheiro da Andrade Gutierrez José Grajeda, responsável pela obra do novo estádio Vivaldo de Lima.
O monotrilho, que passará ao lado da arena, custará R$ 1,3 bilhão. No total, o investimento em Manaus para o Mundial é de R$ 2,5 bilhões, pois inclui um corredor de ônibus e reformas do aeroporto e do porto. O monotrilho e o estádio estão com os financiamentos federais bloqueados por questionamentos do Ministério Público.
Para a arena, já foi necessário levar máquinas de outros Estados a Manaus.
CUIABÁ
Cenário similar é vivenciado por Cuiabá, que teve de contratar empresas de outros locais para a Arena Pantanal.
"Não tínhamos empresas com estacas-hélice por aqui. Esses equipamentos estão sendo disputados a tapa", explicou o engenheiro Marcelo de Oliveira Filho, da Agecopa (Agência para Copa de Mato Grosso).
"Nunca foram construídos 12 estádios ao mesmo tempo no país", ressaltou. Cuiabá ainda prevê três corredores de ônibus e reformas do aeroporto, obras não iniciadas que somam R$ 1 bilhão.
Carlos Bonassi, da Abimaq (Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos), disse que há necessidade de importação de máquinas como guindastes.
"Fabricantes aumentaram o investimento. Vamos tentar atender a demanda, o que estamos conseguindo até agora. Mas vai ter que compor com importação, quando não produzirmos ou faltar."
(aspas)
Por : Rodrigo Mattos, enviado especial a Cuiabá e Manaus, Jornal “Folha de S. Paulo”, 08/12/2010
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