quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A culpa é sempre da Alfândega...

Interessante verificar após muitos anos de militância na área de comercio exterior, com alguns chavões, como o do titulo deste artigo, sempre encontram eco e valem como uma panacéia. Resolvem qualquer problema de incompetência administrativa do exportador/importador e asseguram uma desculpa conveniente as mais diversas situações.

Inicialmente gostaria de esclarecer que não pertenço aos quadros do fisco e não tenho nenhum parente que esteja lotado neste órgão. Apenas estou refletindo uma constante muitas vezes errada, perversa e até mesmo covarde.

Atuando na consultoria por vezes nos deparamos com procedimentos temerários de administração de estoques e de planejamento logístico e quando as coisas dão errado o protagonista já tem um culpado à disposição – a Aduana. Foi o fiscal que fez isto ou não fez aquilo, e, portanto, é o único e total responsável pelo atraso no envio/fornecimento.

Já está mais do que na hora de buscarmos entender a complexidade do processo aduaneiro, em qualquer parte do mundo, e estabelecer estratégias de abastecimento que sejam compatíveis com as exigências legais das Aduanas.

Certa vez participando de um plano estratégico logístico, em belíssima apresentação gráfica, deparei com a estimativa de 3 horas para a liberação aduaneira. Perguntei como haviam se baseado naquele numero e a resposta foi: porque é o tempo máximo que podemos disponibilizar à Aduana para executar seus serviços. Logicamente o plano naufragou, mas fica claro como alguns agentes logísticos, por vezes, se descolam da realidade.

Outra máxima constante é a de bravejar que: - Estas coisas só acontecem no Brasil! Desculpem-me pela franqueza, caros compatriotas, mas quem usa este argumento geralmente não conhece outros países e nem mesmo o Brasil. O controle aduaneiro e fator limitante das transações comerciais, dentro de sua função constitucional, em todos os países.

Claro que não podemos generalizar e existem empresas que buscam adequar seus procedimentos aos ritos legais, evitando surpresas de desabastecimento ou mesmo quebra de contrato com seus clientes. E para isto vale uma ultima dica, procure o fisco e converse acerca das necessidades de sua empresa, estude estratégias aduaneiras que compatibilizem suas necessidades com os tramites regulamentares (como o regime de entrepostamento).

Devemos buscar ser mais críticos com nossas decisões ao invés de buscar a saida rápida de culpar os outros e tomar cuidado com as generalizações.

Finalmente, vai uma dica de um brasiliense que ouvi noutro dia indo ou voltando da capital, depois de ouvir que sua cidade era um covil de políticos inescrupulosos: - Nos aqui elegemos somente uns quatro ou cinco os outros, são vocês que nos mandam.

WALTER THOMAZ JR.

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