terça-feira, 19 de outubro de 2010

Santos Brasil monta novo centro de distribuição

 

A Santos Brasil acaba de inaugurar seu segundo centro de distribuição no país. Localizado no bairro do Jaguaré, em São Paulo, o empreendimento é resultado da ampliação da carteira de clientes que cada vez mais precisam de serviços logísticos, na esteira da estratégia da companhia de oferecer soluções do "porto à porta", e vice-versa. Apesar de a força motriz da holding ser a operação de terminais portuários - Santos (SP), Vila do Conde (PA) e Imbituba (SC) -, a fatia da unidade de logística chega a 18% da receita do grupo. No primeiro semestre, o braço respondeu por R$ 74,2 milhões da receita bruta total, que ficou em R$ 408,5 milhões.

 

"Queremos associar cada vez mais opções logísticas a operações que tenham origem ou fim no porto. O negócio logístico não tem limite no tempo e no espaço, diferentemente da concessão pública de terminais de contêineres. E a nossa grande tarefa é desenvolver a Santos Brasil como grupo nessa área e novos negócios. Isso vai garantir a perenidade da empresa", diz o diretor administrativo da companhia, Mauro Salgado.

 

Mesmo com o novo centro, porém, a participação da unidade de logística na receita deverá ficar praticamente estável. "É preciso levar em conta que a movimentação portuária está crescendo muito também", destaca o executivo.

 

A decisão de contar com um segundo centro de distribuição em São Paulo - o primeiro fica em São Bernardo do Campo - vinha sendo estudada com afinco, mas foi desencadeada a partir da chegada de um novo cliente: a Mercedes-Benz, que já importa pelo terminal portuário da empresa em Santos.

 

Depois de quase um ano de negociação, a Santos Brasil assumirá também a logística do fluxo de cargas da montadora envolvendo a fábrica da empresa no ABC paulista. Só na importação, onde está concentrado o maior volume movimentado, são cerca de 300 contêineres por mês que desembarcam do navio e sobem a Serra do Mar com destino à fábrica da empresa em São Bernardo.

 

"Depois de a carga ser nacionalizada no porto, transportamos para o centro. Ali, separamos os lotes, reagrupamos esses lotes de acordo com a sequência que a fábrica nos pede, colocamos em um caminhão menor e levamos esse produtos para nove pontos diferentes dentro da linha de montagem da Mercedes-Benz ", descreve Salgado. Na exportação, com as devidas adaptações, será feito o caminho inverso. "Nosso foco é agregar valor para o negócio do cliente".

 

A estimativa é que o contrato com a Mercedes gere por mês 45 mil pedidos. Para adaptar o centro a essa operação, estão sendo investidos cerca de R$ 10 milhões, que incluem a compra de 21 caminhões, 35 semi-reboques e quatro empilhadeiras, destaca Salgado.

 

Como a demanda da Mercedes ocupará quase a metade da capacidade do centro de São Bernardo (de 40 mil posições pallets), a companhia decidiu apostar na segunda unidade, que ampliará em 65% a oferta de armazenagem da Santos Brasil Logística.

 

O centro do Jaguaré abarca até 23.500 pallets e fica ao lado da Marginal Pinheiros, rota estratégica de caminhões com destino ao porto de Santos. A estrutura foi alugada por 10 anos com possibilidade irrestrita de prorrogação, por isso os investimentos, que somam R$ 6 milhões, recairão na aquisição de uma nova frota de caminhões, equipamentos e sistemas. Além disso, estão sendo admitidos 70 profissionais.

 

Outro contrato recém-fechado que impulsionou o novo empreendimento foi com a +Próxima, distribuidora multicanal (B2B e B2C). Inicialmente a operação deve começar com até 2 mil posições pallets mensais de produtos da linha marrom (que reúnem aparelhos de TV, som e eletroeletrônicos, entre outros) e itens de cama, mesa e banho. O trabalho inclui a armazenagem e distribuição para mais de 20 mil clientes da +Próxima, composto por varejistas localizados em todo país.

 

"É uma empresa que pretende crescer muito e estamos sendo os primeiros parceiros logísticos", diz Salgado. De acordo com ele, a companhia permanece de olho em potenciais novos centros de distribuição "em Santos, Vila do Conde e Imbituba".

(aspas)

Por : Fernanda Pires, de Santos, para o Jornal “Valor Econômico”, 14/10/2010

 

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