sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Cresce o volume de produtos nos portos

A disparada do dólar já provoca acúmulo de mercadorias importadas nos principais portos brasileiros. Em duas semanas, aumentou 50% o tempo de permanência de produtos nos armazéns e nos pátios dos terminais do Porto de Santos, segundo a presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Agnes Barbeito.

No Porto de Salvador, a história se repete. Há máquinas avaliadas em até 100 mil euros aguardando o sinal verde do importador para passar pela alfândega, conta o diretor do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Dagoberto Lemos.

Para escapar da alta do dólar, de 31,7% só este mês - fechou ontem valendo R$ 2,30 -, o importador prefere deixar as mercadorias no armazém a arcar com os custos de nacionalização, como impostos e taxas, que levam em conta o valor do dólar do dia. Hoje, por exemplo, o dólar bateu nos R$ 2,5 e, no fim do dia, recuou 3,15%.

"A capacidade operacional nos terminais de carga do Porto de Santos está acima do nível considerado ideal", diz Agnes, que também preside o Tecondi, um dos maiores terminais para contêineres em Santos.

Segundo ela, a capacidade de utilização dos armazéns e dos pátios supera 100%, com empilhamento de produtos e redução das áreas disponíveis para manobras. "Se continuar nesse ritmo, dentro de duas semanas teremos um gargalo. Daí, vão colocar a culpa no porto."

O empresário Omar Abu Jamra Junior, diretor da Nutri.com, importadora de nutrientes usados por indústrias alimentícias, como Sadia e Perdigão, está com 80 toneladas de matérias-primas importadas no Porto de Santos.
• Fonte: Gazeta do Povo/PR

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