terça-feira, 15 de março de 2011
Indústria vai importar peças, e não brinquedos da China
A Estrela, maior fabricante nacional de brinquedos, planeja diminuir a participação dos importados entre os produtos que oferece ao mercado. Segundo o presidente da Estrela, Carlos Tilkian, cerca de 40% do faturamento atual equivale ao brinquedos trazidos do mercado externo. "Vamos diminuir essa participa ção em 10% este ano. Para 2012, a projeção é trabalhar com menos de 20% da receita atrelada aos importados", afirma Tilkian.
O presidente da Estrela diz a mudança é decorrente principalmente da entrada em vigor da nova alíquota de 35% sobre o brinquedo importado. "Agora será mais vantajoso para nós trabalharmos apenas com alguns componentes de brinquedos, que serão provenientes de importação", diz Tilkian.
A vantagem em importar peças, partes e componentes está na taxa de importação, que é de 2%. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, o setor espera que com essas medidas, a indústria de brinquedos passe a ser mais competitiva. "Projetamos que a alíquota sobre os brinquedos importados chegue a 100%, favorecendo o combate à entrada desses produtos no País".
Com a redução de importados entre os produtos comercializados pela Estrela, Tilkian afirma que irá aume ntar em 20% a atual capacidade de produção da companhia. A fábrica da empresa localizada em Sergipe está operando a 30% de sua capacidade total, com previsão de chegar à plena capacidade ainda este mês. "A inauguração da fábrica acontecerá quando ela estiver a plena carga. Faltam alguns ajustes para que a operação esteja completa. A partir daí, teremos ganhos nos custos de produção e logística" explica Tilkian. A empresa prevê crescimento de 15% para este ano.
Outra fabricante brasileira de brinquedos que está otimista com o setor é a paulista Grow, que espera incremento de 10% em suas vendas este ano. De acordo com o diretor de Marketing da Grow, Gustavo Arruda, a empresa estuda aumentar a importação de partes e peças para a produção de brinquedos. "Hoje trabalhamos com apenas 15% de peças importadas. No segundo semestre, que equivale a 70% de toda nossa produção, este número já poderá aumentar" afirma ele.
Segundo Arruda, a empresa fabrica cerca de seis milhões de brinquedos ao ano. "A tendência é que este patamar se mantenha ainda este ano" conta.
Para o presidente da Abrinq, mesmo com a baixa tarifa incidindo sobre partes e peças de brinquedos no País, de forma alguma o Brasil será uma montadora de brinquedos, já que o permitido atualmente que se utilize apenas 15% de importados na composição do produto. Mas ele crê que a medida dará impulso ao setor, com projeção de crescer 15% este ano. Para isso, a meta é ganhar mais de 7% de participação sobre os brinquedos chineses, origem de quase 90% das importações brasileiras. Hoje o mercado está dividido em 60% de importados e 40% de produção nacional. "Estamos otimistas quanto ao enfrentamento aos produtos chineses. O Brasil é um dos únicos sobreviventes do ataque chinês na América. Praticamente todos os mercados foram 'quebrados' pela China, que produz 85% do brinquedo do mundo", afirma Costa.
A associação afirma que cada brinqu edo fabricado aqui carrega 40% de impostos. Enquanto os produtos oriundos da China entram no País pagando cerca de 13% em impostos. Existem no País 442 fabricantes.
(aspas)
Por : Suzi Cavalari, de São Paulo, para o Jornal “DCI”, 10/03/2011
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