Fabricantes brasileiros de compon entes para calçados ainda não foram atingidos pela forte concorrência chinesa. Um exemplo desta realidade é a fabricante de componentes para calçados Amazonas, que faturou no ano passado R$ 400 milhões. A empresa tem investido em tecnologia e no segmento esportivo para ganhar competitividade no mercado brasileiro. A Amazonas, que tem no País sete unidades fabris onde produz solados, adesivos e compostos para calçados, tem o objetivo de crescer 28% este ano. Para isso, vai investir mais de R$ 10 milhões na expansão de sua capacidade produtiva. A unidade da empresa na Bahia deve receber aporte de cerca de R$ 4 milhões neste pri meiro semestre, com que concluirá a construção de quatro novos galpões.
"Nosso investimento será em equipamentos, já que o espaço físico será concedido pela prefeitura", diz o gerente de Marketing da empresa, Ariano Novaes. A fábrica da empresa na Paraíba contará com aportes da ordem de R$ 7 milhões para duplicar a produção de sandálias, que passará de 10 mil pares por dia para 20 mil.
Setor
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Oséias Schroeder, hoje os componentes de calçados que chegam ao Brasil não são vendidos diretamente para a indústria manufatureira local. "Os calçados chineses são desmontados, vendidos para brasileiros e remontados aqui. Mas a indústria calçadista local não compra esses produtos, por isso a nossa produção continua a crescer", explica o dirigente da associação.
A indústria calçadista brasileira sofre atualmente com a prática da triangulação (a entrada de produtos cuja documentação aponta uma procedência diferente da verdadeira) nas importações de calçados provenientes da Ásia. O objetivo dessa prática é burlar a legislação antidumping imposta contra os produtos chineses. "O segmento de componentes ainda não foi atingido; mas nossa preocupação é quanto à evolução desta prática", afirma o presidente da entidade.
(aspas)
Por : Suzi Cavalari , de São Paulo, para o Jornal “DCI”, 02/02/2011
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