quinta-feira, 6 de março de 2008

Importação de máquinas usadas cresce 68% em 2007

Diante da dificuldade em encontrar material novo para entrega rápida, o setor industrial aumentou no ano passado a participação de máquinas usadas, adquiridas de empresas e fornecedores estrangeiros, nas fábricas em atividade no país. E a tendência, segundo avaliação do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, é a continuidade desse processo em 2008.

Só no ano passado, a compra no exterior de maquinário usado cresceu 68%. O gasto com essas compras subiu de US$ 1,421 bilhão em 2006 para US$ 2,385 bilhões em 2007.

A maior parte dos equipamentos usados que vem sendo instalados nas fábricas brasileiras foi usada antes por empresas dos EUA e da Europa. A China também é uma fornecedora, mas em menor volume.

Entre os equipamentos constam caldeiras, reatores nucleares, instrumentos mecânicos, máquinas eletrônicas e elétricas, aparelhos de som e imagem, aparelhos cirúrgicos, partes e peças para máquinas em geral e equipamentos para uso em autopeças. Na lista também figuram veículos e material para ferrovias, tratores, embarcações e aeronaves. Além de autopeças, os bens de capital de segunda mão estão sendo usados em siderúrgicas, fábricas que produzem máquinas, indústria química, empresas de transportes e de energia.

A decisão de ampliar o uso de equipamentos usados importados é polêmica. Embora ajude a resolver um problema momentâneo, torna o Brasil destino de material obsoleto.

Ramalho diz que a demanda mundial por bens de capital está aquecida em razão da expansão asiática e que os industriais brasileiros estão sendo levados a importar máquinas usadas porque não podem aguardar prazos de entregas de 12 a 24 meses. Em alguns casos, os empresários recorrem a essa situação enquanto aguardam a entrega da encomenda nova.

"Isso está acontecendo porque falta máquina para pronta-entrega, e os empresários precisam investir para atender à demanda interna e também para exportar. Tive relatos de que isso está ocorrendo no setor de autopeças e percebo que em outros setores também."

Ramalho acha que a compra de usados tende a aumentar neste ano porque os tradicionais fornecedores, como as fábricas alemãs, não conseguirão solucionar o gargalo da falta de produtos para entrega imediata no curto prazo.

O outro lado da questão é o risco de o Brasil se tornar o destino de maquinário de tecnologia ultrapassada descartado por empresas americanas e européias. Associações industriais vêem a elevação desse tipo de importação com apreensão porque avaliam que esse movimento pode comprometer a competitividade da indústria nacional.

A compra de máquinas e equipamentos é o destaque das importações do Brasil. No primeiro bimestre deste ano, esse gasto aumentou 57%, chegando a US$ 2,4 bilhões. Esse ritmo de crescimento é maior que o de 2007, quando as importações atingiram o recorde de US$ 120,6 bilhões, com US$ 25,1 bilhões de maquinário.

Fonte : Jornal “Folha de São Paulo” – 05/03/2008

Custom Comércio Internacional Ltda.
Joel Martins da Silva
Gerente
Tel.: (13) 3216-2323
joel.martins@custom.com.br
Santos - SP

Nenhum comentário: