quinta-feira, 21 de junho de 2012

Porto de Santos: desembaraço ficará totalmente retido duas vezes por semana



Os Auditores-Fiscais do Porto de Santos decidiram na quarta-feira (20/6) que o desembaraço da unidade ficará totalmente paralisado dois dias por semana e, nos outros três, será realizada operação-padrão. A decisão foi tomada durante a reunião em que o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, participou para discutir estratégias de continuidade do movimento reivindicatório na unidade. Segundo informaram os participantes, a adesão ao movimento conta com 100% da Classe.
A reunião teve paticipação expressiva e contou com a presença do presidente da DS (Delegacia Sindical) São Paulo, Rubens Nakano; e do presidente da DS/Santos, Elias Carneiro Júnior.

Até a quarta-feira, o desembaraço no Porto de Santos estava totalmente represado. Há informações de que de cerca 180 DI (Declarações de Importação) em canal vermelho e amarelo nos dois primerios dias de mobilização, somente oito foram desembaraçadas.
Com a decisão de retenção total do desembaraço durante dois dias da semana, Santos está dando um passo à frente na mobilização.

Delarue ressaltou que a unidade aduaneira de Santos é estratégica. “Temos que pensar em como realizar esse movimento com qualidade”, afirmou Delarue, que considerou que a decisão dos aduaneiros é uma sinalização importante para a categoria e para o Governo.
Também foi decido que os setores responsáveis pelo avermelhamento das mercadorias direcionadas ao canal verde intensifiquem a retenção dos despachos para conferência física.

Assim como aconteceu na DRF (Delegacia da Receita Federal) Santos, o presidente do sindicato apresentou um panorama da mobilização em todo o país e discorreu também sobre a postura do governo em relação às reivindicações da Classe. Foi repassado aos aduaneiros que o Executivo chamou a Classe para o embate e que sem luta não haverá sequer sinalização de reajuste.
Relevância – É importante destacar que o engajamento dos Auditores-Fiscais do Porto de Santos é estratégico para o movimento. A área de influência econômica do porto concentra mais de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e abrange principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Aproximadamente, 90% da base industrial paulista está localizada a menos de 200 quilômetros do porto santista.

O Complexo Portuário de Santos responde por mais de um quarto da movimentação da balança comercial do país e inclui na pauta de suas principais cargas produtos como o açúcar, soja, cargas conteinerizadas, café, milho, trigo, sal, polpa cítrica, suco de laranja, papel, automóveis, álcool e outros granéis líquidos.
Aduana – A suposta separação da Aduana da RFB também foi discutida durante a reunião. A possibilidade veio à tona na medida em que o movimento dos Auditores-Fiscais crescia e sinalizava para a paralisação. Para Delarue, “essa é mais uma forma de pressão em cima da Classe para frear o movimento”.

No entanto, Delarue informou que o Sindicato e a própria Administração buscam informações concretas a respeito do assunto. “O que posso dizer é que a discussão sobre esse assunto não existe de forma oficial, por enquanto, dentro da Casa Civil ou do Ministério da Fazenda, o que não quer dizer que não há intenção por parte de alguém próximo ao Governo Central”, comentou.


Fonte: Sindifisco Nacional
 

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