Dilma incentivará o comércio exterior com alívio cambial
SÃO PAULO - O início do próximo governo irá incentivar o comércio exterior. A afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O governo da presidenta eleita Dilma Rousseff deve estimular cada vez mais o comércio internacional", declarou Lula.
A confirmação dessa meta veio com o anúncio durante a reunião do G-20, no qual os líderes do Brasil e da Coreia do Sul se comprometeram a dobrar o comércio bilateral e os investimentos nos próximos cinco anos, informou hoje o gabinete presidencial de Seul. "O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, pediu ao presidente Lula e a Dilma para fortalecerem as relações entre os dois países a fim de impulsionar suas atividades econômicas", informou a Dow Jones.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul entre as nações da América Central e do Sul. Atualmente, montadoras e siderúrgicas sul-coreanas estão desenvolvendo projetos em grande escala no País.
Outro fator que deve aliviar os empresários do setor internacional é a alegação de Lula de que irá combater as "deslealdades" dos Estados Unidos e da China, com relação a questão cambial.
"O Brasil deve reagir às ações isoladas dos Estados Unidos e da China de desvalorização de suas moedas", disse o presidente ao completar "nossa principal briga é com os Estados Unidos e a China. Não dá para continuar do jeito que está com a guerra cambial. O que nós queremos é que os Estados Unidos valorizem a moeda deles e não desvalorizem como estão fazendo agora", acrescentou, lembrando que a desvalorização do dólar leva ao desequilíbrio da economia global e é prejudicial para os empresários do setor exportador brasileiro.
O presidente ressaltou que o Brasil adotou as medidas adequadas para impedir o avanço da crise financeira mundial. "O Brasil já está tomando as medidas que tinha de tomar. O Brasil não tem de ter medo de fomentar cada vez mais o comércio internacional. Nós temos condições de exportar mais no ano que vem".
Segundo Lula, o governo brasileiro deve assumir o papel de "mochileiro" para vender os produtos nacionais no exterior. De acordo com ele, a conduta não pode ser passiva. "A gente não venderá, se ficar em Brasília chorando. A gente tem de colocar nossos produtos como se estivessem em uma mochila."
O presidente defendeu a retomada das discussões sobre a sugestão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que outras moedas, além do dólar, sejam adotadas nas transações comerciais. Lula disse que os países que integram o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - buscam alternativas ao uso do dólar.
"Desde 2009, estamos chamando o BRIC para substituir o dólar nas transações. É um trabalho de convencimento", afirmou.
Segundo o presidente da Associação brasileira de comércio exterior (Abracex), Roberto Segatto, o único jeito de o Brasil conseguir encarar os EUA e a China é equipando o seu pólo industrial e reduzindo os impostos por meio de uma reforma tributária eficiente.
"Duas medidas são extremamente necessárias para amenizar os efeitos da queda do dólar, quer na importação ou na exportação, a primeira é a imediata renovação do parque industrial que apresenta média superior a 15 anos na tecnologia aplicada à produção. A segunda medida seria a redução da carga tributária que incide na produção média de 40%, como também a mão de obra, que chega a ultrapassar 100% do valor do salário. Portanto, uma política industrial que tivesse essa meta, e, que poderia também incentivar a importação de máquinas e equipamentos totalmente isentos de tributos, sem sombras de dúvidas iria possibilitar uma maior competitividade e amenizar a valorização do real frente ao dólar. Dessa maneira poderemos encarar os Estados Unidos e a China", relata Segatto.
Commodities
O preço alto das commodities agrícolas deve elevar a produção brasileira e os investimentos no setor agrícola do País. A afirmação é do analista da Cerealpar, Steve Cachia. Ele afirmou ainda que isso deverá ocorrer a partir da capitalização maior do agronegócio brasileiro, quando começa o período forte das exportações e pagamentos de safra no país, no início do ano que vem.
"O Brasil, como grande produtor e exportador, vai ser estimulado a produzir cada vez mais e continuar atendendo importadores como os países árabes", afirma Cachia.
"O açúcar está com o melhor preço dos últimos trinta anos. O algodão está com o melhor preço de todos os tempos." A maioria das commodities, entre elas a soja e seus derivados, está voltando aos patamares de 2008.
A presidente Dilma vai criar uma política efetiva de incentivo ao comércio exterior. A afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, deve estimular cada vez mais o comércio internacional", declarou Lula. Uma das primeiras medidas para iniciar essa política veio com o anúncio de que os presidentes do Brasil e da Coreia do Sul se comprometeram a dobrar o comércio bilateral e os investimentos nos próximos cinco anos, de acordo com informação do gabinete presidencial de Seul. "O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, pediu ao presidente Lula e a Dilma que fortaleçam as relações entre os dois países a fim de impulsionar suas atividades econômicas", informou o gabinete.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul dentre as nações da América Central e do Sul. Atualmente, montadoras e siderúrgicas sul-coreanas estão desenvolvendo projetos em grande escala no País.
A corrente de comércio entre os dois países este ano, até setembro, já superou o volume de todo o ano de 2009: quase US$ 9 bilhões em 2010, contra US$ 7,4 bilhões em todo o ano passado. As barreiras ao comércio exterior são um dos principais temas do Brasil na reunião de cúpula do G-20, que termina hoje, em Seul, com um comunicado que tentará amenizar a questão cambial.
O presidente Lula, que participa do encontro, disse ontem que "nossa principal briga é com os Estados Unidos e com a China" em relação à guerra cambial desencadeada a partir da desvalorização do dólar e do iuane.
Dilma Rousseff, que participa da reunião do G-20 (como convidada), também criticou a guerra cambial e garantiu que "a política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias".
(aspas)
Por : Karina Nappi, para o Jornal “DCI”, 12/11/2010
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