Segundo Noronha, o desempenho do país é preocupante. "Muitas empresas no Brasil têm suas estratégias voltadas para o mercado interno e não se preocuparam em qualificar sua mão de obra nesse quesito", afirma. A nota obtida pelo Brasil não chega nem mesmo a atingir o nível básico de fluência. "A qualidade de comunicação dos brasileiros é muito baixa. Em média, eles não conseguem nem mesmo fazer uma conversa corriqueira por telefone, algo que é obrigatório no cotidiano das empresas", afirma.
A pesquisa revelou que 92% dos profissionais em todo o mundo acreditam que o inglês é crítico ou importante para suas carreiras. Apenas 7%, no entanto, afirmam que possuem o nível de fluência adequado às necessidades da profissão. O índice de desempenho é baixo até mesmo em países onde o inglês é a língua nativa, como nos Estados Unidos (5,09) e no Reino Unido (5,24). "Nesses mercados, é comum que as multinacionais atraiam um grande número de profissionais não-nativos, especialmente em funções qualificadas como engenharia e ciência", diz. Esses especialistas preenchem a demanda técnica das empresas, mas ainda estão abaixo da expectativa em seus conhecimentos sobre o idioma.
O diretor acredita que, pelo menos no Brasil, há espaço para melhoras - a proximidade dos eventos esportivos no país deve fazer com que as empresas aumentem seus investimentos em formação de mão de obra. "Algumas companhias já incluíram a qualificação em idiomas em seu planejamento estratégico há muito tempo. Outras estão acordando para o problema somente agora". Ele acredita que o nível de exposição internacional do país deve aumentar muito nos próximos anos e isso será determinante para a competitividade das empresas. "Quem não se atentar à importância de ter profissionais com um bom nível de inglês vai perder mercado, dinheiro e talentos", afirma.
(aspas)
Por : Vivian Soares, de São Paulo, Jornal "Valor Econômico" 09/08/2012
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