Fonte: Agência de Notícias - Jornal Floripa
Bene, avanti così", a frase em italiano vem logo para definir as recentes decisões do governo que
beneficiaram o setor de pneus.
Em sua primeira entrevista como presidente da Pirelli no país, Paolo
Dal Pino, diz que "todos esses esforços, vão na direção certa. O governo
foi bem, mas deve seguir adiante assim, não parar".
Além do aumento de alíquota para pneus
importados, anunciado no início deste mês, o setor também emplacou na
quarta-feira na lista dos 25 segmentos contemplados com a desoneração na
folha de pagamento.
Ainda não é possível mensurar o alcance dos benefícios, afirma Dal Pino.
"Estamos contentes, ajudam, mas a medida contra os importados
representa um valor inferior a 10% do faturamento", acrescenta o
executivo que pede mais.
"Os produtores gastamos R$ 80 milhões para reciclar pneus. Por que o
importador não gasta nada?" A seguir, trechos da entrevista.
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Houve demora?
O governo atuou bastante rápido
e bem. Ajudou os setores da indústria que estavam sofrendo mais.
Começamos a pedir mudanças alguns meses atrás, e quando um governo
entrega uma medida em seis, nove meses, é rápido.
Decisões do governo
A medida carro-chefe
foi baixar juros e chegar ao câmbio de R$ 2. A redução do preço da
energia também é muito importante. A Pirelli está quase toda no mercado
livre, mas ainda não sabemos se valerá a pena continuar. Nós e o mercado
só queremos clareza, saber como será.
A empresa tem vários tamanhos de pneus.
O setor pedira alta da alíquota de importação para 45 medidas de
pneus. Apenas dez entraram, cinco de pneus de carro de passeio e cinco
de pneus de caminhão, porque o Mdic (Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio) excluiu as que estão no processo de antidumping.
Há vários casos em que o importado chega com preço 20%, 30% menor.
Vai custar 10% a mais, mas continua abaixo do preço porque tem o custo
da energia e a mão de obra da China.
O governo também tomou medidas antidumping. Esperamos que seja rápido
porque se não, perde efeito. Tem pneu importado com preço inferior ao
do custo da borracha do pneu. O Mdic deve emitir preços de referências.
Outra medida positiva, a "maré vermelha", de fiscalização nos portos,
evita a entrada de pneus ruins no país.
O Reintegra, crédito fiscal de 3% em cima das exportações, que se encerra em dezembro, deveria subir para 5% e não acabar.
Mesmas regras
Os produtores gastamos R$ 80 milhões para recolher pneus, sem contar a
pesquisa e desenvolvimento, na qual a Pirelli tem uma parte pesada aqui
também. Por que o importador de pneus não gasta nada para reciclar?
Deveriam ter 30% desse custo. Seria importante que o governo colocasse
uma taxa de reciclagem para os importadores que não têm fábrica aqui. É
um custo que eles não têm.
Todas essas iniciativas tomadas não são protecionistas, mas de
concorrência sadia. Tem de impedir que um caminhão entre com três pneus
bons e um ruim.
Impacto
As medidas não impactam muito neste ano. A desoneração da folha entra
em 2013, o corte do preço da energia também. A alta da alíquota de
importados deve vigorar a partir do dia 27. A única que já ocorreu foi o
Reintegra.
Nota desafinada
A orquestra [governo] vai bem, mas desafinou em uma nota: a alta da
alíquota de importação do butadieno [da borracha sintética]. O Brasil só
tem um produtor. Mantega, porém, disse algo importante: "monitoraremos
os preços". Achamos que quando há concorrência é diferente. Mas no caso
do butadieno não há. Compramos borracha natural, mas o Brasil, por
incrível que pareça, produz no máximo 30% do que a indústria brasileira
precisa. Por que devo pagar uma alíquota de importação em cima de um
produto que não encontro?
Interferência do governo
O governo está correto, precisa intervir e evitar uma espiral
negativa. Veja o que ocorre na Europa. Agora todo mundo tem pressão para
agir. E queremos mais. Se os incentivos para as montadoras acabarem,
autopeças e pneus sofrerão. Os segmentos de caminhões, motos e
agronegócio já sofrem. Mas o país deve sair bem da crise.
Imagine se Dilma prosseguir com privatizações e obras de infraestrutura...
Imagine se Dilma prosseguir com privatizações e obras de infraestrutura...
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CATARINENSE AUTÔNOMA
A fabricante de escapamentos e tubos de aço Tuper investirá R$ 130
milhões para construir sete PCHs (pequenas hidrelétricas) e tornar suas
três plantas de São Bento do Sul (SC) autossuficientes em energia.
"Vamos usar metade do que for gerado pelas hidrelétricas. O restante venderemos", diz o presidente da empresa, Frank Bollmann.
"Vemos a energia como um negócio, mas a intenção também é nos
tornamos independentes para não termos problema com um eventual apagão.
Ainda que seja pequena a probabilidade de isso ocorrer."
Os equipamentos eletromecânicos das PCHs serão fabricados pela própria Tuper, o que deve baratear o projeto em 20%.
A empresa, que faturou R$ 1 bilhão em 2011, inaugurou na sexta uma
unidade de tubos para a indústria do petróleo. A planta recebeu aporte
de R$ 198 milhões.
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